BALANÇO DE 2018 (SINAL AMARELO LIGADO)

Um balanço financeiro do ano que passou. Minha taxa de poupança foi muito boa mas o rendimento das aplicações financeiras ficou muito aquém do desejado. Acende o sinal amarelo.



Patrimônio

Iniciei 2018 com um patrimônio total de R$ 447.000,00 e cheguei ao final do ano com R$ 588.000,00, o que representa um aumento de R$ 141.000,00 (31,5%). Os aportes foram de R$ 112.000,00 e os demais R$ 29.000,00 são fruto dos juros e dividendos recebidos pelo montante investido. Computada mês a mês, a rentabilidade do patrimônio no ano ficou em 5,74%.

Alguns números da economia em 2018 para efeito de comparação:

CDI: 6,42%
Ibovespa: 15,03%
IPCA: 3,75%
IGPM: 7,55%

Avaliação

Os meus aportes foram ótimos. Apesar de meu controle de orçamento ter deixado a desejar com gastos continuamente altos ao longo de todo o ano, um aporte de renda extra que não havia sido inicialmente previsto me deixou com uma excelente taxa de poupança de cerca de 50%.

Já a rentabilidade do patrimônio investido, eu qualifico como muito ruim e, a essa altura, preocupante em vista dos meus planos de longo prazo. O rendimento real do patrimônio ficou apenas 1,99% acima da inflação (calculada pelo IPCA e diante do IGPM o cenário é ainda pior).

A verdade é que esperava uma rentabilidade anual de mais do dobro dessa, número que ainda assim tomei como conservador.

Para que se tenha uma ideia geral do cenário, meus cálculos conservadores iniciais apontavam a possibilidade de uma aposentadoria com os rendimentos mensais que almejo em um período de cerca de 20 anos - o que, no meu caso, não é sequer uma aposentadoria tão precoce. Mas, se for mantido o desempenho de 2018 para o longo prazo, o tempo restante de trabalho necessário se estenderia ainda por cerca de 45 anos. Ou, mais realisticamente, não haveria aposentadoria nenhuma porque seria mais do que a minha sobrevida esperada.

Aqui acende o sinal de alerta amarelo para toda a minha vida financeira.

Análise dos produtos financeiros

Passo a analisar detalhadamente os rendimentos de cada um dos meus produtos financeiros. Seguem alguns dos destaques negativos, em lista do menos ruim para o pior de todos:

Fundo de Previdência: 3,33% - esse produto deve ser visto com muita cautela porque tem peculiaridades que talvez devessem excluí-lo da lista dos destaques negativo, mas ele puxou consideravelmente a rentabilidade para baixo, então é necessária, no mínimo, uma análise cuidadosa. Trata-se de um fundo fechado com algumas especificidades pela forma que contabilizo em meus registros: em primeiro lugar, o fundo em si tem boa performance no mercado mas as taxas de carregamento e administração trazem a rentabilidade para baixo; por outro lado, são essas taxas que fazem dele um excelente seguro de vida (em caso de morte ou invalidez) e, assim, a vida financeira da minha família não sofreria um abalo relevante; por fim, eu não contabilizo a participação do empregador ao fundo no meu balanço patrimonial porque a fatia varia conforme o tempo de serviço na empresa. Se saísse hoje, o montante a ser sacado não seria relevante, mas a diferença pode ser bastante significativa daqui a 5 anos. Assim, mesmo que a ótica do curto prazo não revele um bom investimento, nada tenho a modificar nesse ponto.

CDB (Banco de Varejo): 5,83% - esse nada mais é do que um dos CDBs oferecido por um grande banco comercial. É um produto ruim, mas infelizmente é o preço pela escolha  má (e desinformada) de anos atrás. O CDB já venceu e os valores já foram realocados em opções muito mais vantajosas.

Fundos de Renda Fixa: 5,35% - meus fundos de renda fixa me permitem uma certa liquidez e ganhos, geralmente, maiores do que os CDBs de liquidez diária que hoje em dia são vendidos no mercado. Estou em busca de uma opção que me garanta a liquidez com ganhos mais robustos.

Poupança: 3,61% - não vou repetir o que toda a finansfera já sabe a respeito da poupança. O desempenho, na realidade, já era esperado. Não tem como fugir da poupança como reserva de urgência, mas o foco deve ser manter o dinheiro nessa aplicação o menor tempo possível. O saldo médio mensal mantido na poupança ao longo do ano foi de R$ 30.000,00. A partir de 2019, pretendo que esse valor não ultrapasse os R$ 25.000,00.

Fundos Multimercados: 3,80% - uma opção indicada por corretores que até agora não teve um desempenho que a justifique. O rendimento foi muito pior do que a renda fixa e a renda variável. O mais grave é que nessa categoria tenho aplicados mais de R$ 100.000,00. Vou deixar os multimercados em stand by em 2019, sem novos aportes e apenas acompanhar os principais fundos disponíveis para saber se é necessária uma realocação ou abandonar de vez essa categoria de investimento.

COE: 0,00% - infelizmente, eu entrei na maior armadilha financeira do ano de 2018 seguindo a indicação de um assessor de investimentos que pensei ser de confiança. Os certificados de operações estruturada garantem o capital protegido mais a porcentagem da variação de um índice do mercado. Se eu tivesse mais atenção e estudo, notaria que o índice estava visivelmente em um máximo histórico e que o COE era vantajoso para o emissor mas uma bomba para o cliente. Serei obrigado a levar os produtos, que são quase 10% do meu patrimônio total, até o vencimento, daqui a cerca de 4 anos.

Na renda variável, o desempenho acompanhou os índices de referência (Ibovespa e Ifix). É claro que alguns produtos chegaram a ter um desempenho total negativo, mas, seja pelo pequeno valor alocado, seja pela inevitabilidade desse tipo de oscilação, não considero nenhuma alteração significativa no curto prazo.

2019

Ao contrário de outros blogueios, e do que eu mesmo já fiz em várias outras oportunidades, não vou traçar metas financeiras rígidas para 2019. Aprendi que tudo depende do momento da economia e meu objetivo é acompanhar as melhores opções disponíveis tendo como alvo uma valorização patrimonial de cerca de 4% acima da inflação.

Comentários

  1. Olá JE
    Cara esse COE aí foi complicado. Fiz um teste com COE em 2017 e vi que era um ótimo negócio para o emissor. O problema foi o alto capital empatado.
    Com sua capacidade de aportes dá para retomar o rumo.
    Sucesso!

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  2. COE to sempre fora, fundos multimercado só vão performar bem com a queda da taxa de juros. Sofreram em 2018. Esse mês pedi o resgate do Adam e fundos MM agora somente aqueles com uma estratégia muito diferente, tipo Exploritas.

    Se você investe em fundos, também deveria buscar algum de ações. Tem fundos de ações que são bem tranquilos.

    E nos de renda fixa estão rendendo mais ou menos qnt? 100% tem uns muito bons, embora contenham FIDCs e Debentures, rendendo 110%+

    Se precisar de ajuda com fundos posso te ajudar com alguma coisa. Abraços e um melhor 2019 pra você, irmão.

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    Respostas
    1. Obrigado, MM.
      Também tenho investimentos em fundos de ações, mas estou plenamente satisfeito com o desempenho deles e nem achei relevante destacar.

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