JARDINEIRO MOTORIZADO
A vida também é feita para ser vivida!
A meta da independência financeira não pode tirar o nosso prazer de viver o presente. Estarmos vivos é uma dádiva que não pode ser desperdiçada. Há uma linha, às vezes muito tênue, entre poupar para aproveitar no futuro e o acúmulo indefinido que nos priva para sempre de uma vida mais confortável.
Foi com esses pensamentos em mente que concretizei um plano que vinha desenvolvendo há meses: comprei meu primeiro carro. O resultado financeiro estará no próximo fechamento mensal do blog mas eu quero dedicar um post especial para esse momento. Afinal, é um passo importante na vida de qualquer homem e eu adiei bastante. Meu primeiro carro está vindo muito depois de meus primeiros cabelos brancos.
Eu passei a vida inteira, até agora, andando a pé ou enfrentando as agruras do transporte público. Chega uma hora em que cansa. Há tempos eu vinha olhando o extrato de patrimônio investido e me perguntando se valia a pena continuar me aproximando do milhão a troco de passar os dias espremido dentro de um ônibus.
A escolha do modelo ideal passou pela consideração de quatro fatores, em ordem de importância: preço, segurança, conforto, beleza.
Para conseguir o melhor preço, decidi que não compraria um carro 0km e que o valor máximo não poderia superar dois anos de aportes médios. Assim, na pior das hipóteses, que seria perder totalmente o valor gasto no carro sem conseguir um centavo do seguro, eu reaveria as perdas em, no máximo, 24 meses. Dois anos a mais para a independência financeira é um risco bem controlado. Vale correr.
Pesquisei os anúncios daqui e dali e o escolhido foi um Mercedez Benz C-250. É um cupê parecido com esse da imagem:
Os itens de segurança e conforte que já seriam esperados estão presentes (ar condicionado, air bag, vidros elétricos, etc) e, como um plus, algumas outras características me chamaram a atenção: ano 2016, pouquíssima quilometragem rodada, blindado. Preço: R$ 180.000,00.
Parece um carro de luxo. E, na verdade, é sim. Mas eu juntei um patrimônio bastante expressivo antes de compra-lo e, assim, não precisei contratar um financiamento e estou utilizando apenas uma parte não tão grande do meu dinheiro.
Estou com o carro há poucos dias e já notei que ele atende muito bem todas as minhas exigências de segurança, conforto e beleza. O preço pode parecer salgado mas "cabe no meu bolso". É menos de 30% do meu patrimônio acumulado. Se eu conseguir manter os aportes mensais de R$ 10.000,00, recupero o valor integral do carro em apenas um ano e meio.
Para quem até pouco tempo atrás só usava o transporte público, foi um salto e tanto. Confesso que às vezes me vejo com vontade de descer para a garagem apenas para "namorar" o meu brinquedo.
Só se vive uma vez. É preciso saber desfrutar das coisas boas de vez em quando.
Se você chegou até aqui na leitura e está espantado por ver um site que tem o subtítulo "Um blog sobre minha jornada pessoal em busca de vida simples e independência financeira" se derretendo pela compra de um carro de luxo, fique tranquilo! É claro que isso aqui é apenas uma pegadinha de primeiro de abril!
O jardineiro aqui continua "desmotorizado" e um pedestre cada dia mais convicto.
Espero que o texto sirva de reflexão: às vezes uma argumentação aparentemente racional parece justificar um gasto totalmente estúpido.
Eu nunca tive carro e me locomovo, principalmente, a pé e de transporte público. Não é um motivo de sofrimento, mas uma escolha bastante racional. Eu sei, porque vivi isso, o quanto é estressante o transporte público cheio todos os dias e entendo que muitas pessoas realmente precisam do carro. Mas a verdade é que na minha escolha eu não abri mão de conforto, apenas adequei aspectos da minha vida quando decidi não ter carro. Por exemplo, eu pago um pouco mais caro de aluguel para poder viver em um bairro bem servido de transporte e próximo ao trabalho e a outras comodidades, posso fazer quase tudo a pé ou com poucos minutos de ônibus.
Ao contrário do que sugere uma leitura totalmente equivocada que anda em voga por aí, o epicurismo não prega uma vida hedonista dedicada à busca dos prazeres materiais. É muito diferente disso: o epicurismo compreende que ter prazer nos faz felizes e propõe que aprendamos a ter prazer com coisas simples, facilmente acessíveis: um arroz e feijão bem temperado, a cerveja no botequim com os amigos queridos, uma caminhada ao ar livre.
Eu não preciso de um carro de luxo para ser mais feliz. Se um dia você me vir dentro de uma mercedez-benz, será provavelmente um modelo parecido com esse aqui:
Rapaz... olha que eu cai nessa peça viu!
ResponderExcluirEu também não tenho carro, me viro de transporte público e via app. Mas confesso que gosto muito de carro!
Porém minha racionalidade fala mais alto.
Pouxa, já namorei muito um C-180 que dá para encontrar por R$ 55.000,00 ...
hahahhaa
Abraços!
Tava sumido, Pobre Japa!
ExcluirSó vou comprar um carro quando for realmente necessário. E espero que por um bom motivo, como uma independência financeira em um sitiozinho longe da cidade...
Olá JE,
ResponderExcluirQuase caí na sua pegadinha do malandro. kkkkkkk.
É muita grana para um carro. Acho que mesmo tendo uns 10M não compraria um carro desse preço.
Abraços!
Nem eu! Mas vou te falar que já vi gente que tem menos grana do que eu comprando carro até mais caro do que esse e dizendo que é um "investimento"... Aí fica difícil.
ExcluirOlá Jardim!
ExcluirJá estava ejetando do post quando a rolagem rápida passou pelo primeiro de abril... kkkkk
Abraço!
Fala Jardineiro!
ResponderExcluirHaha, eu cai certinho nisso, depois vi que era primeiro de abril.
Carro é algo complicado, eu comprei o meu em 2014, não sabia nada de investimentos na época e tal, ainda consegui bater o carro, juntando tudo eu fiquei com uma dívida acima de 40K só com o carro e tava com outras dívidas na época.
Paguei 30K no carro, sendo que meu patrimônio era 0. kkkkkkkk
Ainda tenho o carro, pois utilizo sempre, ele me satisfaz e tal, nao pretendo trocar tão cedo, ou não... haha
Abraços e sucesso!
KKK. Cara carro eu acho uma mão na roda, achei desproporcional 30% do patrimônio, mas poderia tranquilamente ser um equivalente a 7%.
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