ATUALIZAÇÃO PATRIMONIAL JANEIRO/2022 E BALANÇO DE BLOG E DE VIDA

Quatro anos de atualizações mensais no blog! Confesso que pensava que desistiria bem antes disso. Hora de fazer um grande balanço do que passei até aqui e das perspectivas de futuro.



PATRIMÔNIO

JANEIRO/2021:

Imóvel...............R$ 500.000,00 (estimado)

Conta Corrente.........R$ 2.500,00

Renda Fixa...........R$ 327.258,90

Multimercados........R$ 274.941,42

Renda Variável........R$ 82.171,93

Internacional.........R$ 73.834,79

TOTAL..............R$ 1.260.707,04


Nova apresentação: Até dezembro último, o fechamento mensal possuía uma outra rubrica: "aposentadoria", que abrangia meus fundos de previdência. Como são alguns fundos diferentes, cada qual com uma estratégia (renda fixa, multimercados, etc), passo a incluir cada fundo na respectiva categoria e aquele valor anterior (R$ 224 mil em dezembro) está diluído no novo fechamento.

Além do controle patrimonial por estratégia, também classifico meus investimentos por liquidez. A ideia é saber a minha disponibilidade de dinheiro em dado momento no presente e no futuro. Os fundos previdenciários têm uma categoria própria nessa organização porque, embora possam ser resgatados antecipadamente, o ideal é carregá-los até prazos mais longos.

Vou publicar aqui apenas a atualização patrimonial por estratégia, e não por liquidez, porque imagino que possa ser mais interessante para quem lê o blog e acompanha meu desenvolvimento.


Evolução: Meus registros financeiros mais antigos começam em 2010, quando eu consegui juntar, ao longo do ano, pouco mais de R$ 4.000,00.

Olhando em perspectiva, pode parecer pouco, mas foi um sacrifício juntar isso tudo naquela época. Meu salário era de cerca de R$ 600,00, pouco acima do salário-mínimo então vigente. Sou egresso da escola e da universidade públicas, mas usava o salário do trabalho para pagar o que podia em formações complementares.

O gasto com lazer tinha que ser reduzidíssimo. Ajudou bastante a minha então namorada, hoje esposa, vir do mesmo contexto social e pensar de forma parecida. Vi vários amigos nossos, com histórias similares, fazendo grandes esforços para comprar um carro ou viajar enquanto nosso programa de casal mais comum nos fazia parecer adolescentes tardios: tomar sorvete, às vezes um sanduíche, outras, uma cervejinha, na pracinha do bairro.

Não quero ser moralista: isso não me faz melhor, nem pior, do que meus velhos amigos e sei que eles tiveram suas razões. Ainda assim, esse meu comportamento frugal de início de vida profissional colaborou bastante para a situação relativamente confortável que tenho agora: primeiro, porque liberou tempo e recursos para qualificação profissional, que me permite ter um bom salário hoje; segundo, porque me fez ter uma relação bastante controlada com o dinheiro, mesmo quando minha remuneração mensal já permitia afrouxar o cinto sem um grande receio. Em outras palavras, gastar (bem) menos do que eu ganho se tornou um hábito.

O segundo marco importante da minha caminhada ocorreu em meados de 2015, quando eu, pela primeira vez, dei um passo "além da poupança", para citar um blogueiro que contribuiu bastante na minha trajetória. Foi quando comecei a pesquisar outras opções de investimento e conheci a finansfera.

Meu salário já estava em um bom patamar e eu fui melhorando meu estilo de vida só aos poucos, o que me fez conseguir chegar aos R$ 150.000,00 de patrimônio naquele ano.

Meu primeiro investimento fora da poupança, com as pernas trêmulas, foi pegar R$ 60.000,00 desse meu dinheiro e aplicar... em um CDB de um bancão de varejo! Hoje eu sei que todo aquele arrojo financeiro que eu pensei ter foi um passo de formiga. Mas, em minha defesa, a renda fixa, de forma geral, estava bem mais atrativa naquele momento, não foi uma escolha tão ruim quanto parece.

Um novo salto temporal para o início deste blog, em 2018. Minha primeira postagem de fechamento foi relativa ao mês de fevereiro daquele ano, quando eu tinha um patrimônio de aproximadamente R$ 484.000,00. Nas categorias de fechamento que uso agora, eu tinha, naquela época: 73% em renda fixa, 16% em multimercados, 5% em renda variável, 6% em ativos internacionais.

Para efeito de comparação, a distribuição é, hoje, de: 43% na renda fixa, 36% em multimercados, 11% em renda variável e 10% em ativos internacionais.

Perdi o medo de sair da renda fixa. Minha posição maior em produtos de estratégia mista (multimercados) se dá em razão da minha predileção por fundos. Durante esse percurso, já tive uma exposição bem maior em renda variável, mas realizei muito do lucro quando precisei de liquidez para comprar meu imóvel. O planejamento para o ano que se inicia era, a princípio, aproveitar a baixa e voltar a investir mais forte nesse segmento, mas os juros voltaram rapidamente a patamares elevados. Provavelmente os meus resgates na renda fixa serão reinvestidos na própria renda fixa.


Um balanço e um conselho: Minha forma de fechamento patrimonial mudou bastante ao longo dos anos e parte dos arquivos, principalmente os mais antigos, foi perdida. O fato é que em dezembro de 2016 eu tinha R$ 292.794,99 e, hoje, 1.260.707,04. Desses 967.912,05 de aumento, aproximadamente R$ 665.000,00 é dinheiro novo.

Acho que estou em algo próximo a um "meio de caminho" da independência financeira e meus números mostram duas coisas aparentemente contraditórios: primeiro, o poder dos juros compostos, que me renderam mais de R$ 300.000,00 em cinco anos; mas, por outro lado, também a importância do aporte, que foi o que verdadeiramente sustentou o aumento patrimonial até aqui.

Depois que a gente descobre o poder multiplicador dos juros compostos, é comum esquecermos que o mais importante, principalmente nos primeiros anos, é manter um aporte alto. Na minha opinião, é um erro comum na finansfera jovens com salários modestos tentando maximizar os rendimentos, inclusive com investimentos de alto risco. O ideal, acredito, seria tentar alcançar salários mais elevados, inclusive abdicando dos aportes agora em busca de uma melhor qualificação.

Meus números mostram que quase 70% do meu incremento patrimonial nos últimos cinco anos foram decorrentes de dinheiro do meu salário. Apesar do rendimento ter sido bom, não é o que está fazendo o "bolo" crescer.

A tendência é que o rendimento vá ficando mais relevante no aumento patrimonial com o passar do tempo. Gostaria de fazer uma nova avaliação dessas daqui a cinco anos e comparar os dois períodos.


Planejamento: O equilíbrio que busco ao longo do ano é: 40% em renda fixa; 30% em multimercados; 15% em renda variável; e 15% em ativos internacionais.

Vou tentar a adequação apenas através dos novos aportes, sem realocações. É possível, inclusive, que eu faça novos investimentos em renda fixa para aproveitar os juros mais elevados.



INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA

Estou 63,24% da minha meta móvel de independência financeira.

A evolução do meu índice pessoal de independência financeira foi bastante interessante: saí de 23,05% para o patamar atual, mas a verdade é que a pandemia e situações pessoais distorcem um pouco os dados.

Minhas despesas totais no ano de 2021 foram de cerca de R$ 66.000,00, mas não correspondem inteiramente à realidade do meu estilo de vida porque alguns gastos necessários foram seguidamente adiados. Por conta disso, em janeiro de 2022 minhas despesas passaram de R$ 15.000,00.

Pelas minhas contas, vou precisar de sorte e um bom controle de gastos para que meu índice de independência financeira supere os 70% este ano, mas o mais provável é que nessa métrica o ano de 2022 seja um "andar de lado"


Comentários

  1. Muito bom.
    Considero extremamente acertado o caminho que você seguiu, focar melhorar a sua qualificação e melhorar o aporte. A maioria das pessoas fica "ordenhando" o pouco patrimônio no inicio para tentar conseguir bons rendimentos, com resultados muitas vezes catastróficos. Nada vence a combinação: aporte e tempo.
    Abraços.

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