ATUALIZAÇÃO PATRIMONIAL AGOSTO/2022 E EMERGÊNCIAS

Quinquagésima quinta atualização patrimonial do blog e algumas palavras sobre emergências.



PATRIMÔNIO

AGOSTO/2022:

Imóvel...............R$ 500.000,00 (estimado)

Conta Corrente........R$ 14.598,93

Renda Fixa...........R$ 372.651,58

Multimercados........R$ 304.759,55

Renda Variável........R$ 95.909,80

Internacional.........R$ 78.950,35

TOTAL..............R$ 1.366.870,21


Meu patrimônio andou de lado. Pior resultado desde a queda de setembro de 2020. Nesse período foram muitos os meses de rentabilidade negativa das aplicações financeiras, mas os meus aportes permitiram que o montante seguisse aumentando.

Dessa vez, no entanto, um gasto emergencial não apenas zerou meus aportes como também me fez ter que recorrer às reservas financeiras, o que foi compensado pela restituição do imposto de renda e pela boa rentabilidade do mês. Não vou entrar em detalhes, mas um exame de rotina retornou com um resultado grave e me levou a ter que passar por alguns procedimentos médicos.

Já estou bem e com a recuperação seguindo em ritmo acelerado. Financeiramente, essa emergência médica me custou, de imediato, R$ 40 mil. Ao longo dos próximos receberei o reembolso do plano de saúde, mas o valor não deve superar os R$ 5 mil, o que não deve ser suficiente nem para os gastos com tratamento que ainda virão.

A cobertura do plano garantiu a maior parte dos gastos. Cotei o pagamento particular de alguns itens, como exames, internação, etc., e o valor passou dos R$ 100 mil.

Na minha experiência, plano de saúde se mostrou muito importante, mas mesmo quem tem não pode perder de vista que é um tipo de seguro que não cobre todas as despesas médicas. E, especialmente em situações graves e emergenciais, os gastos nessa área são altíssimos, especialmente as consultas com especialistas e honorários médicos.

Recorrer ao SUS é uma opção. Em procedimentos de maior complexidade, a cobertura ainda é, no geral, boa. Mas contar apenas com o SUS é um risco e às vezes a demora acaba por agravar o quadro de saúde do paciente. No meu caso, o tipo de cirurgia feita na rede pública é muito mais invasiva, embora igualmente curativa, e me deixaria com sequelas piores.

Espero que esse meu relato sirva como mais um testemunho da importância de se ter uma reserva financeira com liquidez para situações inesperadas. Passar por uma emergência médica já é, por si só, algo muito ruim, mas ter que correr atrás de recursos nesse momento, seja pedindo empréstimos, seja vendendo ativos, torna tudo muito pior. Ter dinheiro para fazer frente aos gastos mais urgentes é uma preocupação a menos, o que faz muita diferença.

Lembrem-se que emergências financeiras - que podem ser as mais diversas, desde problemas de saúde a roubos e vazamentos em encanamentos de casa - são muito mais uma questão de "quando" do que de "se".


INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA

Estou em 43,32% da minha meta móvel de independência financeira.

Esse índice é calculado de forma simples em três passos: 1. contabilizo meus gastos nos 12 meses anteriores; 2. multiplico o valor por 25, obtendo o montante de patrimônio que eu preciso ter acumulado para fazer frente a tais gastos considerando uma taxa segura de retirada de 4% a.a.; 3. por fim, vejo o quanto do meu patrimônio acumulado corresponde àquele montante ideal.

Com um gasto médico emergencial de R$ 40 mil entrando nessa conta, o valor de patrimônio alvo para aposentadoria aumenta consideravelmente. Apenas esse novo gasto implicaria em um aumento do patrimônio alvo em R$ 1 milhão, o que fez desabar meu índice de independência financeira.

O problema com essa conta é que ela passa a considerar um incremento de gastos de R$ 40 mil anuais como rotina. Foi, na verdade, uma despesa excepcional, que não vai se repetir todo ano. Por outro lado, desconsiderá-la é também ficar cego ao fato de que emergências acontecem.

Quando criei esse meu índice pessoal de independência financeira, eu tinha duas finalidades: a primeira, criar um indicador dinâmico, em que a perda de valor do dinheiro fosse contabilizada de forma simples; a segunda, mostrar a caminhada até a independência financeira de forma clara, que me permitisse saber em que momento estou.

Essa oscilação abrupta do índice frente a um gasto emergencial mostra que ele não está tão adequado assim ao segundo objetivo.

Uma das formas de corrigi-lo seria ampliando o tempo abrangido. Em vez de 12 meses, utilizar 24 ou até 60. Fazendo assim, as despesas excepcionais ficariam melhor diluídas, o que tende a corresponder à verdade. Em outras palavras, acreditar que se terá gastos extraordinários emergenciais todo ano é um exagero, mas acreditar que eles não ocorrerão nunca é inconsequente.

Caso eu venha a adotar essa nova forma de cálculo, não consigo retroagir tanto no tempo, porque os gastos anteriores à compra do meu imóvel incluem valores altos de aluguel que não existem mais. Ainda é algo a se pensar.

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